sábado, 23 de dezembro de 2017

Renata Banhara desabafa sobre doença: "eu não aguento mais"

Em abril de 2017, Renata Banhara foi diagnosticada diagnosticada com uma infecção cerebral grave, causada por uma bactéria que estava alojada no dente e migrou para o cérebro. Desde então, a modelo vem lutando para superar esses problemas de saúde. Neste domingo (17), ela compartilhou no Instagram dois vídeos comoventes mostrando que estava no hospital e que sua batalha não havia acabado.
Foto: Reprodução/Instagram
Após um conselho da apresentadora Adriane Galisteu, Renata decidiu mostrar aos seguidores que seu tratamento continua e o sofrimento tem sido constante. "Não quero transformar minha vida num reality show. Eu sei que vocês oram por mim. Se não fosse vocês, eu não estava aqui. Só estou mostrando mesmo a realidade do que passo por aqui. Quero colo, fico me vitimizando", comenta.

Em outro vídeo, a modelo revela emocionada: "Por que comigo? Deus? É para eu estar agradecida, tenho plano de saúde bom, por estar podendo me cuidar, essa é a mensagem, choro, mimo, essa é a mensagem. Deus quer que eu fique aqui. Eu não aguento mais, mas eu vou superar, superação", disse Renata.

Infecção de Renata Banhara
Há seis anos, Renata Banhara fez um tratamento de canal. O dente foi fechado e não dava problema. No entanto, surgiu ali um polo de infecção sem a manifestação de febre. O Minha Vida conversou com a cirurgiã dentista bucomaxilofacial, Patricia Galli, que atendeu Renata Banhara em seu consultório. "Quando Renata veio ao meu consultório ela já havia feito o canal. O dente estava fechado e não incomodava", explica a Patrícia.
De acordo com ela, o que pode ter acontecido é que o tratamento realizado na época não conseguiu fazer a remoção completa das bactérias do dente. "Com isso a bactéria ficou alojada na ápice do canal. Essa região se comunica diretamente com os seios da face. Isso pode ter causado uma sinusite e depois migrado para o cérebro", explica Patrícia.
A especialista diz ainda que uma possível causa para a migração das bactérias se deu devido a uma baixa imunidade. "A boca é uma porta de entrada de bactérias. Por isso é muito importante que ela esteja saudável, pois as bactérias podem entrar na corrente sanguínea e se espalhar para diferentes partes do corpo", alerta.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Anticoncepcional moderno está ligado a risco de câncer, diz estudo

Riscos dos anticoncepcionais: pesquisadores analisaram os registros de saúde de 1,8 milhão de mulheres, com idades entre os 15 e os 49 anos. Foto: Correio Braziliense

As pílulas anticoncepcionais modernas que com menores concentrações de estrogênio têm menos efeitos colaterais do que os anticoncepcionais orais passados. Mas um grande estudo dinamarquês sugere que, como as mais antigas, elas aumentam modestamente o risco de câncer de mama, especialmente com o uso a longo prazo. Os pesquisadores da Universidade de Copenhague encontraram um risco similar de câncer de mama com o dispositivo intrauterino (DIU) exclusivo de progestina, e sugerem que outros tipos de anticoncepcional hormonal, como implantes e adesivos, também provoquem esse efeito.

“Nenhum tipo de contraceptivo hormonal é livre de risco, infelizmente”, afirmou a principal autora do trabalho, Lina Morch, do Hospital Universitário de Copenhague. Contudo, o risco foi bastante pequeno, totalizando um caso extra de câncer de mama por ano para cada 7.700 mulheres que usavam esses anticoncepcionais. Os especialistas que analisaram a pesquisa disseram que cabe às mulheres decidir se, para elas, essa informação é mais importante do que os benefícios conhecidos da pílula – incluindo a redução da incidência de outros tipos de câncer.

“A contracepção hormonal ainda deve ser percebida como uma opção segura e eficaz para o planejamento familiar”, disse ao jornal The New York Times a ginecologista JoAnn Manson, chefe de medicina preventiva no Brigham and Women's Hospital de Harvard, que não participou da pesquisa. Manson ressaltou que mulheres acima de 40 anos podem optar pelo DIU não hormonal, fazer ligadura de trompas ou conversar com o parceiro sobre a vasectomia.

Os pesquisadores analisaram os registros de saúde de 1,8 milhão de mulheres, com idades entre os 15 e os 49 anos, na Dinamarca, onde um sistema nacional de cuidados permite cruzar dados de histórico de prescrição, diagnósticos de câncer e outras informações. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine.

Profissões de risco: mais de 17 mil trabalhadores afastados por câncer de pele

Profissões de risco: mais de 17 mil trabalhadores afastados por câncer de pele

Mais de cinco mil novos casos são registrados na Bahia em 2017
O câncer de pele motivou o afastamento temporário ou a aposentadoria por invalidez de 17.261 trabalhadores no país entre 2012 e 2016, segundo levantamento do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) a pedido do CORREIO. A maioria dos casos foi relativo a neoplasia maligna da pele (7.728 registros) e melanoma maligno (3.896 casos). Ao todo, 14.176 pessoas recebem auxílio doença previdenciário no Brasil por conta da doença. 
Neste mês, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realiza a campanha Dezembro Laranja, para alertar sobre a doença e a necessidade de prevenção, já que, a cada ano, são 176 mil novos casos no Brasil. O INSS não dá detalhes sobre as profissões mais afetadas, mas, segundo a Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro), braço do Ministério do Trabalho, os profissionais mais propensos são os que atuam na jardinagem, na construção civil, na agropecuária, na pesca, na educação física e como salva-vidas.
Isso ocorre porque eles estão em exposição diária e contínua à radiação ultravioleta (UV), o que os deixa suscetíveis a desenvolver o câncer de pele não melanoma, o mais comum entre profissionais dessas áreas, representando 90% dos cânceres de pele e 25% dos tumores registrados no Brasil.
O câncer de pele é a neoplasia maligna mais comum em todo o mundo e sua incidência tem atingido caráter epidêmico. Pode ser classificado em câncer de pele melanoma (CPM) e em câncer de pele não melanoma (CPNM). O CPM, apesar da elevada mortalidade, representa apenas 4% dos cânceres da pele; e o CPNM, de baixa letalidade, corresponde a 90% dos cânceres de pele e 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil.
Catadora de café desde os 15 anos, Neuza Luzia Costa Souza, 43 anos, desenvolveu câncer de pele não melanoma há cinco anos. “Quando não estava na colheita do café, ia trabalhar na roça da minha família, sempre no sol o dia todo”, contou a agricultora, que teve de ficar em tratamento por três meses para se livrar de um câncer em fase inicial. “Hoje, só trabalho com luva, blusa de manga e chapelão. Ainda bem que procurei logo cedo saber o que eu tinha, pois poderia ter sido algo pior”.
A doença
O câncer de pele é uma proliferação celular anormal e descontrolada que apresenta diferentes variações: carcinoma basocelular (atinge as células da camada mais profunda da epiderme), carcinoma espinocelular (se manifesta nas camadas mais superiores da pele) e melanoma, originária nas células produtoras de melanina. Especialistas alertam que, quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura. 
Alguns indícios que merecem atenção e podem ser sintomas da doença são lesões na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente. Outro indicativo é uma pinta preta ou castanha, que muda sua cor ou textura e torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho. Ou ainda uma mancha ou ferida que não cicatriza e continua a crescer, apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
No Brasil, os estados onde mais têm casos de câncer de pele são os do Sul do país. “Isso ocorre porque as pessoas dessa região tem origem europeia, são brancas e de olhos claros, têm pouca melanina na pele. Já os nordestinos, apesar de a região ter maiores incidências de raios solares, são os menos afetados por conta da cor da pele negra ou parda”, informou o dermatologista Kurt Trev, da SBD.
Genética
Indivíduos com histórico da doença na família ou com presença de grande número de pintas no corpo devem ter cuidado redobrado, pois possuem maior probabilidade de desenvolver o câncer de pele. Alguns casos podem estar associados a cicatrizes crônicas, além de exposição ao tabagismo e radiação.
No caso de trabalhadores, o assistente técnico do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho Jeferson Seidler diz que, para reduzir os riscos da doença, o empregador deve analisar as atividades desenvolvidas na empresa, priorizando medidas de controle abrangentes e coletivas.
O trabalhador também precisa se informar e participar ativamente da prevenção. “Todos os trabalhadores têm direito de conhecer os riscos das suas atividades e o empregador tem o dever legal de informá-los sobre os riscos e a forma de controle. A primeira coisa a fazer é solicitar essas informações, por escrito, ao empregador. E seguir minuciosamente as orientações para prevenção: procedimentos de trabalho, uso de equipamento de proteção individual (EPI)”, disse Seidler.
Além disso,  ele destaca que “é importante trabalhar com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) ou Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), no sentido de buscar melhoria contínua, se possível com controle de risco na fonte, de forma que o EPI seja uma barreira a mais, nunca a única”.
O Ministério do Trabalho informa que atua na fiscalização de acordo com as Normas Regulamentadoras 9, 7 e 6. A primeira identifica e controla riscos, com prioridade para a redução por meio de seu controle na fonte e de proteções coletivas, além de medidas administrativas, como a redução do tempo de exposição.
A NR-7, o Programa de Controle Médico Ocupacional, tem como foco a atenção especial aos riscos a que o trabalhador está exposto; o médico deve fazer um exame de pele cuidadoso e, sempre que necessário, encaminhar o paciente ao dermatologista.
Já a NR-6 estabelece a escolha dos EPIs adequados para evitar o contato direto da pele com substâncias químicas ou exposição a radiações, de acordo com a avaliação dos riscos na situação real de trabalho. Para a Sociedade Brasileira de Dermatologia, deveria ser obrigatório o uso do protetor solar em atividades de exposição ao sol. O Ministério do Trabalho diz que, “embora o creme protetor solar não seja considerado EPI, seu uso é recomendado em trabalhos com exposição ao sol, bem como roupas adequadas, incluindo chapéus ou bonés". 
Mais de cinco mil novos casos são registrados na Bahia 
As estimativas de 2017 para a Bahia de novos casos do tipo de câncer de pele mais comum no Brasil – o não melanoma – é de 5.016, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Desse total, 2.250 são em homens e 2.760 em mulheres.  Já  para Salvador, o Inca estima 640 casos: 340 homens e 300 mulheres. No país inteiro, são estimadas 175.760 novas ocorrências. 
Além do não melanoma, há o câncer de pele melanoma, o qual, segundo o Inca, tem origem nas células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele, e tem predominância em adultos brancos. Ambos correspondem a 30% de todos os tumores malignos, com o diferencial de que o melanona representa apenas 3% dos tumores malignos da pele, sendo, contudo, o mais grave devido a sua alta possibilidade de metástase.
Já o não melanoma, informa o Inca, tem altos percentuais de cura, se detectado precocemente, e é o de mais baixa mortalidade entre os cânceres de pele. Ele é  mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores.
Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas. Como a pele – maior órgão do corpo humano – é heterogênea, o não-melanoma apresenta tumores de diferentes linhagens.
Os mais frequentes no Brasil são o carcinoma epidermoide e o carcinoma basocelular,  que, apesar de mais incidente, é também o menos agressivo e atinge mais homens que mulheres.
Os dados mais atuais disponíveis pelo Inca sobre mortalidade relativa aos dois tipos de câncer de pele são de 2015. No país, enquanto o melanoma matou naquele ano 1.794 pessoas, o do outro tipo levou a óbito 1.958. Na Bahia, onde o sol é intenso na maior parte do ano, as mortes por melanoma chegaram a 37, nove delas em Salvador, onde outras 22 pessoas morreram em decorrência do não melanoma e 131 na Bahia.
A dermatologista Amanda Vieira informa que “o melanoma é o tipo de câncer de pele de pior prognóstico”. “Geralmente se inicia como uma pinta, acastanhada ou enegrecida, que pode mudar o tamanho, a cor e o formato, às vezes causa sangramento”.
O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estágios iniciais.  Nos últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor, segundo informações do Inca.
Campanha prevê ações para alertar a população dos riscos
Realizada desde 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha Dezembro Laranja prevê iluminação de monumentos nas cidades, iniciativas de conscientização em praias e parques com distribuição de filtro solar, entre outras ações. O tema da campanha deste ano é Se Exponha, mas não se Queime. A campanha busca também orientar as pessoas que gostam de ficar expostas ao sol com o propósito de se bronzear.
Segundo o  dermatologista Kurt Trev, membro da SBD, o aspecto bronzeado é fruto de uma inflamação na pele. Ele recomenda, no máximo, 15 minutos de exposição ao sol. “E  deve ser no horário até antes das 10h e depois das 16h. Fora isso, o correto é ficar na sombra e continuar a usar protetor solar”, explica o especialista, informando depois que o nível de proteção do fator número 50 é o mesmo dos de valores acima disso.
Saiba como prevenir o câncer de pele
Exposição ao sol -
 Evite a exposição solar, principalmente durante os horários de pico (10h às 16h), quando os raios são mais intensos e o maior fator de risco é a sensibilidade ao sol.
Roupas para proteger - Use roupas que protejam o corpo, como calças e blusas de manga comprida.
Cuidado começa cedo - Crianças e adolescentes devem evitar superexposição ao sol para reduzir os riscos de melanoma na fase adulta.
Proteção para os olhos - Use óculos com filtro de proteção solar.
Evite o sol nas caminhadas - Crie o hábito de buscar sombras durante deslocamentos ou permanência em áreas ensolaradas.
Proteja a cabeça - Use chapéu de abas largas
Protetor solar - O uso do filtro solar não tem como objetivo permitir o aumento do tempo de exposição ao sol, nem estimular o bronzeamento. O real fator de proteção varia com a espessura da camada de creme aplicada, a frequência da aplicação, a transpiração e a exposição à água. Use protetor com fator de proteção solar (FPS) igual ou superior a 15. Ele deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição ao sol e repetida a aplicação a cada uma hora.

Vendedora de shopping faz desabafo na web e expõe condição desumana de trabalho



Faz parte da tradição brasileira presentear familiares e amigos durante as festas de final de ano. Essa é uma ótima data para os comércios aumentarem o faturamento. Consumidores vão às lojas e procuram por presentes que agradem e tenha preços acessíveis. Os shoppings são os lugares mais procurados nestas datas. No entanto, poucas pessoas sabem o que acontece nesses grandes centros de compras, que aglomeram dezenas, centenas de lojas.
Estefânia Rosa, ex-vendedora de um #shopping de São Paulo, fez um desabafo no ano de 2015 voltou a repercutir muitos nas redes sociais. Na época, ela escreveu um texto falando sobre a rotina exaustiva que ela e outros vendedores tinham que suportar.
Estefânia iniciou seu texto com a seguinte frase: “Trabalhar em shopping é f***” [VIDEO]. Em seguida, ela disse que além de vender, ela tinha obrigações como limpar, argumentar e convencer os clientes. Quando algum produto some do estoque, os vendedores têm que pagar. Além disso, ela fala sobre as horas exaustivas de trabalho que nem sempre são recompensadas pelos patrões. “Às vezes, a gente fica 6/8/10/12 horas de pé, engole a comida sem mastigar pravoltar logo pra loja pq temos uma meta absurda pra bater", escreveu.
Por causa desse e vários outros fatores, Estefânia diz que muitas pessoas que trabalhavam com ela sofriam de depressão, desde a faxineira até os seguranças. Todos tendo que se sujeitar a jornadas longas de trabalho e ainda ter que lidar com clientes mal-humorados.
Outra exigência feita pelos patrões e que foi criticada por Estefânia foi a “obrigatoriedade” de estar sempre bem vestida e maquiada. [VIDEO] Ela diz que é comum ouvir comentários até mesmo dos clientes.
"Você é tão bonita por que não passa um batom?", "Você ficaria linda se tivesse o cabelo lisinho...", disse. A ex-vendedora reclamou que devido ao cansaço e os compromissos com as metas, manter-se sempre “bonita” para atender os clientes acaba sendo uma tarefa desgastante.
No final do texto, Estefânia faz um apelo aos clientes para terem um pouco mais de paciência e delicadeza com todos os funcionários do shopping. Ela diz que até mesmo responder um “bom dia”, coisas que muitos ignoram, já é um sinal de respeito com os funcionários.
O texto foi escrito em 2015, porém, com todas as mudanças que estão ocorrendo na legislação trabalhista, muitos internautas estão utilizando a postagem para provar que a classe trabalhadora do país precisa de mais atenção dos governantes. Leia o texto de Estefânia:

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Papiro com ‘ensinamentos secretos’ de Jesus é encontrado

Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, encontraram um antigo papiro que contém os “ensinamentos secretos” de Jesus ao seu suposto irmão, Tiago. O texto cristão apócrifo, não reconhecido por autoridades religiosas, está na língua grega. A cópia estava escondida em meio ao acervo da instituição, que é uma das mais antigas do mundo.
O papiro é uma cópia rara do ensinamento secreto de Jesus para Tiago Foto: Biblioteca Nag Hammadi/Universidade de Oxford
O manuscrito é uma cópia rara de uma história da época do Novo Testamento que se chama Primeiro Apocalipse de Tiago. Até então, historiadores confiavam que o texto apócrifo só existia na língua copta, um idioma indígeno-egípcio resultado da evolução dos hieróglifos.
Acredita-se que o texto foi proibido por Atanásio, bispo de Alexandria responsável por escolher os 27 cânones que compõem o Novo Testamento. Diversas outras histórias, como a encontrada em Oxford, foram consideradas heréticas e banidas do Livro Sagrado.
De acordo com pesquisadores, o ensinamento secreto para Tiago foi banido da Escritura Sagrada por conter uma visão diferente de Jesus. Enquanto a tradição o mostra como o Messias, os textos apócrifos revelam Jesus como um revelador da sabedoria humana.
No texto encontrado, Jesus descreve para Tiago a sua prisão terrena. Ele também afirma que figuras demoníacas, chamadas de “archons”, protegem o mundo e bloqueiam a fronteira que separa vida material e vida após a morte.

'Como posso comer se estou morto?' - as pessoas que vivem com a síndrome do 'cadáver ambulante'

Foi um período de absoluta escuridão. Eu acreditava que tinha morrido". Recuperando-se de um sério acidente de moto, Warren McKinlay começou a pensar que não existia mais, que estava morto.
Então, o soldado britânico parou de comer porque achava que não precisava mais.
"Terapeutas podiam até tentar falar comigo, mas eu dizia: por que tentar melhorar se eu estou morto?", conta ele.
Warren, de 36 anos, vivenciou a síndrome de Cotard, também conhecida como síndrome do cadáver ambulante - um problema psiquiátrico que afetou menos de 100 pessoas no mundo desde que foi descrita pelo neurologista francês Jules Cotard, em 1880.
Quem apresenta a síndrome acredita que está morto, ou apodrecido e que seus órgãos desapareceram ou necrosaram.
Casos como o de Warren já foram relatados em países como China, Índia, México, Estados Unidos e Suécia. Essa ilusão de "morte" se apresenta de diferentes formas.
Um mexicano foi levado ao hospital depois de dizer para sua família que seu pênis havia diminuído até desaparecer. Aos médicos ele afirmou que não tinha mais olhos nem coração - alegava que eles haviam sido removidos por um médico em uma sala de emergência. O homem também dizia que sua mão esquerda estava morta.
Em Portugal, após perder seu marido repentinamente, uma pensionista de 66 anos de idade começou a ficar desconfiada: ela decidiu parar de comer até quase morrer de fome, reclamando que seu esôfago e seu estômago estavam colados. Ela foi internada em um hospital depois de perder 19 quilos.
Na Caxemira, uma dona de casa de 28 anos foi internada depois de dizer que seu fígado estava podre e que seu coração e estômago não existiam mais. Ela dizia que não sentia seu corpo quando andava.
Já uma britânica de 59 anos procurou ajuda médica, pois acreditava que era um cadáver podre e que suas pernas estavam caindo.

'Eu não tinha nenhum sentimento'

No caso do soldado Warren, ele acredita que seus delírios de morte decorrem de como ele lidou com seu acidente de moto.
Ele bateu em uma árvore quando voltava para casa depois de um treinamento no exército britânico – o soldado estava prestes a embarcar para o Afeganistão. No acidente, Warren fraturou a pelvis e a coluna, além de ter danos no cérebro.
O soldato inglês Warren à direita, com o piloto de corridas Colin Turkington (Foto: Warren McKinlay)O soldato inglês Warren à direita, com o piloto de corridas Colin Turkington (Foto: Warren McKinlay)
O soldato inglês Warren à direita, com o piloto de corridas Colin Turkington (Foto: Warren McKinlay)
"Não me lembro de nada. Não lembro de bater na árvore nem de quebrar os ossos do meu corpo", diz o soldado, que teve uma filha durante a recuperação .
"Eu esperava me lembrar do sentimento de dor, mas não conseguia. Eu não tinha nenhum sentimento, e era difícil me importar com qualquer coisa."
Segundo o soldado, a falta de memória do episódio o fez acreditar que tinha morrido no acidente. Meses depois, ele foi internado no Headley Court, um hospital no sul da Inglaterra. Para ele, o local era como "uma sala de espera fantasmagórica".
Warren hoje dá risadas sobre o sentimento que tinha: ele achava que estava morto  (Foto: Warren McKinlay)Warren hoje dá risadas sobre o sentimento que tinha: ele achava que estava morto  (Foto: Warren McKinlay)
Warren hoje dá risadas sobre o sentimento que tinha: ele achava que estava morto (Foto: Warren McKinlay)
"Homens e mulheres voltavam de zonas de guerra (para o hospital) com ferimentos horríveis e com histórias de mortes, e eu acreditava que estava em uma espécie de vida após a morte", conta ele.
Médicos e enfermeiros perguntavam por que, caso estivesse morto, ele havia escolhido ficar em um hospital e não em outro lugar. "Eu pensava que era uma punição", diz Warren.
Ter sofrido ferimentos no cérebro é uma das condições para o desenvolvimento da síndrome de Cotard. Outros indutores podem ser depressão severa e esquizofrenia, segundo Helen Chiu, professor de psiquiatria na Universidade Chinesa de Hong Kong.
A síndrome também é associada ao Mal de Parkinson, febre tifóide, enxaqueca, esclerose múltipla e complicações de transplante de coração.
"Além de razões biológicas, fatores psicológicos e sociais também são relevantes", explica o professor Chiu. "A personalidade, família, circunstâncias financeiras e sociais, além de eventos da vida da pessoa vão moldar como serão os delírios (de morte)", diz.
Essas imagens podem durar semanas ou mesmo anos. Apesar da síndrome afetar pessoas mais velhas, há registros de casos em adolescentes e crianças.
Não há causas únicas da síndrome de Cotard, no entanto. Muitos dos estudos científicos sobre a doença são baseados em casos individuais, devido à sua natureza rara.
Segundo estudo de 2010, liderado por Jesús Ramírez-Bermúdez, do Instituto Nacional de Neurologia e Neurocirurgia do México, a síndrome de Cotard pode ser um resultado de dois fatores combinados: pacientes que sofreram acidentes traumáticos, como o caso de Warren, podem desenvolver um sentimento de vazio.
Essa sensação, combinada com a perda de habilidade de acreditar em algo e o sentimento de culpa, pode resultar na Cotard, segundo o estudo.
Razões neurológicas incluem baixa atividade metabólica em regiões do cérebro responsáveis pela introspecção, redução ou aumento do tamanho do cérebro, danos logo atrás da testa - região importante para controlar o raciocínio e o comportamento.
Warren diz que encontrar outro portador da síndrome o ajudou a se recuperar. Depois de voltar para a casa de sua família, ele começou a melhorar.
"É um pouco inadequado dizer isso, mas hoje dou risada quando penso sobre o que aconteceu", diz.